Sentada na areia morna, apercebo-me de como estou confortável. E o cheiro a maresia… são raros os momentos em que aprecio este aroma!
Deixei o leitor de MP3 em casa. O barulho das ondas e uma música foleira atrás de mim compõem a banda sonora. O céu está nublado, mas prefiro assim. Posso apreciar os raios de Sol que se escapam por entre as nuvens, emprestando um brilho especial ao horizonte. O mar está calmo, convidando-me para um mergulho, ou apenas para molhar os pés. Porque não? A data do calendário não me assusta, nem às dezenas de pessoas que se encontram por aqui.
Lá ao fundo, perto da linha do horizonte, distingo alguns barcos.
Uma velha senhora entretém-se a apanhar algas à beira-mar.
De repente, as nuvens abrem e inúmeros raios de Sol atingem a praia. O súbito calor aquece-me e surpreende-me. Os reflexos do Sol no mar, pequenas luzes belas e efémeras, fascinam-me.
Ainda bem que vim até aqui. Sinto-me bem. O peso que trago comigo diminuiu. A pergunta é que não desapareceu: «Porquê?».